Um botão de prosa com Flávio Prado

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Juca e Fávio Prado, no Cartão Verde, da TV Cultura

Em uma época na qual não havia a atual imensa oferta de programação esportiva na televisão a cabo brasileira, as discussões sobre futebol das chamadas mesas-redondas eram tarefa, principalmente, do Mesa Redonda, da TV Gazeta e do Cartão Verde, da TV Cultura. No início dos anos 90, como a TV Gazeta pegava muito mal na minha casa (nem mesmo a palha de aço na antena dava jeito), o Cartão Verde era uma atração imperdível, principalmente na fase mais especial para mim do programa, que reunia Flávio Prado, José Trajano e Juca Kfouri.

Nascido em 11 de fevereiro de 1954 na capital paulista, Flávio Corrêa do Prado Sobrinho morou também em Santos e Campinas e é justamente da infância vivida na cidade campineira que ele traz as suas primeiras lembranças com o futebol de botão, conforme ele compartilha nessa prosa exclusiva para o blog. “Nessa época eu fazia times com tampinhas de relógio das camisas da Ponte Preta”. Para Flávio, que é um dos mais ilustres torcedores da macaca, é justamente da Ponte Preta o seu time favorito de botão da infância. “Era um de camisa toda branca e duas faixinhas laterais”, recorda.

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Foto: arquivo pessoal

Embora a Ponte Preta seja a equipe de coração de Flávio Prado, o cronista esportivo afirma que torce muito por seus amigos, como Tite e Muricy, por exemplo. “Torço pelos times deles onde eles estiverem”, afirma. No caso de Tite deve ficar ainda mais fácil agora para Prado, pois o treinador está no comando da seleção brasileira, enquanto que Muricy não está vinculado a algum clube e sim ao canal SporTV. Apesar de torcer para os amigos, Flávio Prado faz uma ressalva. “Jogo em Estádio para torcer, vou apenas ao Moisés Lucarelli”.

Flávio calcula que tem mais de 20 times de futebol de botão em sua coleção, com os quais lembra com carinho da época em que organizava campeonatos entre amigos e participava de competições como a Segunda Divisão da Federação Paulista de Futebol de Mesa, nos anos 1960. “Eu fazia dupla com o cantor da Jovem Guarda, Marcos Roberto, que jogava a primeira divisão com o mesmo time”, lembra.

Em meio a essa prosa, perguntei qual seria a sua escalação da Ponte Preta de todos os tempos. Flávio levaria ao campo a formação composta por Carlos, Jair, Oscar, Nenê e Odirlei; Pitico, Marco Aurélio e Dicá (o qual Flávio Prado considera como sendo o melhor de todos), Jairzinho, Washington e Tuta. Já a seleção do mundo de todos os tempos para ele é escalada com Yashin, Djalma Santos, Kroll, Beckembauer e Laudrup; Busquets, Maradona e Pelé; Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar.

Antes de atuar no Cartão Verde, Flávio Prado já tinha uma carreira sólida no jornalismo esportivo. Iniciou na Rádio ABC, de Santo André; depois trabalhou na Gazeta Esportiva, Rádio Gazeta e TV Gazeta, atuando ao lado de Sílvio Luiz e Pedro Luiz. Também foi comentarista na TV Bandeirantes. E após a passagem pelo Cartão Verde, época em que já atuava na rádio Jovem Pan como repórter e, posteriormente, como comentarista e apresentador do programa “No Mundo da Bola”, se transferiu para a TV Gazeta, onde comanda atualmente o Mesa Redonda Futebol Debate (que agora “pega” na minha TV), aos domingos, além de participar do programa Gazeta Esportiva, de segunda a sexta. Flávio Prado foi também o idealizador, em 2004, do Troféu Mesa Redonda, que premia os destaques do ano no futebol brasileiro.

 

 

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